O movimento religioso do Santo Daime, começou no interior da Floresta Amazônica, nas primeiras décadas do século XX, com o neto de escravos Raimundo Irineu Serra, natural do Maranhão.
Ao Mestre Irineu, como passaria mais tarde à história, foi revelada uma doutrina de cunho cristão e eclético, reunindo tradições católicas, espíritas, esotéricas, caboclas e indígenas em torno do uso ritual do milenar chá conhecido pelos povos incas como ayahuasca (vinho das almas) e por ele denominado Santo Daime. De uso bastante difundido entre povos indígenas da Amazônia Ocidental, a bebida é obtida pelo cozimento de duas plantas nativas da floresta tropical, o cipó Jagube (banisteriopsis caapi) e a folha rainha (psicotria viridis). Tem propriedades enteogênicas, isto é, produz uma expansão de consciência responsável pela experiência de contato com o plano espiritual, através do encontro interior com o nosso Eu Verdadeiro.
O Mestre Irineu dizia ter recebido os seus ensinos diretamente de Nossa Senhora Da Conceição, que lhe apareceu numa das primeiras vezes que tomou a bebida na região de Brasiléia, Acre. Ele também trabalhou na comissão encarregada de demarcar as fronteiras do novo estado do Acre onde, provavelmente, teve a oportunidade de conhecer também tanto indígenas quanto vegetalistas e ayahuasqueiros da fronteira com o Peru.
Fonte: https://www.santodaime.org/site/religiao-da-floresta/o-santo-daime/introducao